segunda-feira, 16 de abril de 2018

hérnia de disco

A coluna vertebral é formada por estruturas ósseas denominadas vértebras que são separadas pelos discos intervertebrais. Vertebras separadas por discos invertebrais Figura 1: Imagem das vértebras separadas pelos discos intervertebrais Os discos intervetebrais atuam como um sistema de "amortecimento" de impacto entre outras funções. Eles são formados por uma substância central de consistência gelatinosa (núcleo pulposo) circundado por um anel fibroso (ânulo fibroso) Entre as vértebras existem espaços onde passam as estruturas nervosas como o canal vertebral (onde passa e medula espinhal) e os forames ( espaços de onde saem as raízes nervosas). A hérnia de disco intervertebral ou apenas "hérnia de disco" ocorre pela protrusão ou extrusão (saída parcial ou total) do núcleo pulposo causada pela ruptura do ânulo fibroso com extravasamento do material que ele continha. Relação com as Radiculopatias Hérnia de disco comprimindo a raiz nervosa Figura 2: hérnia de disco comprimindo a raiz nervosa. A hérnia de disco pode causar a compressão das estruturas nervosas (medula e raízes nervosas) no canal vertebral e/ou nos forames intervertebrais (raízes nervosas). Estão entre as principais causas de lesão das raízes nervosas da coluna acarretando as denominadas radiculopatias. Causas Em alguns pacientes o disco intervertebral pode se romper devido ao desgaste ou degeneração causados pela idade, predisposição genética, excesso de peso, má-postura, atividades físicas esportivas ou laborais praticadas de forma inadequada (por exemplo: atividades de impacto ou que envolvem levantamento de peso), traumas como quedas, acidentes automobilísticos, entre outros fatores. Sintomas Os sintomas da hérnia de disco são variáveis. Alguns pacientes podem ser assintomáticos, outros apresentar dor leve ou moderada , mas muitos pacientes apresentam dor de intensidade muito forte. Quando ocorre a compressão da raiz nervosa podem ocorrer os sintomas já descritos no item: Radiculopatia : Sinais e Sintomas (se possível inserir link direto para este texto) Doenças da Coluna Vertebral – Sintomas e Diagnóstico Além das hérnias de Disco outras doenças podem acometer a coluna vertebral podendo causar a compressão das raízes nervosas. Entre algumas patologias comuns da coluna estão: Espondlilolistese: escorregamento espontâneo ou traumático de uma vértebra sobre a outra causando compressão ou tração das raízes nervosas adjacentes Espondiloartrose ou Artrose da coluna: é um processo degenerativo crônico das articulações na coluna, geralmente acompanhada pela degeneração do disco intervertebral e alterações ósseas que estreitam os espaços de saída das raízes nervosas. Estenose do canal vertebral: Nesta patologia ocorre um estreitamento do canal vertebral geralmente causado por alterações degenerativas da coluna. Este estreitamento pode causar o comprometimento das raízes nervosas, da medula e das estruturas vasculares da medula podendo causar dor, alterações da sensibilidade e da força motora nos membros afetados. Importância da Eletroneuromiografia na avaliação das Hérnias de Disco e Outras Doenças da Coluna Vertebral Apesar do desenvolvimento dos exames de imagem como a Tomografia Computadorizada e a Ressonância Nuclear Magnética, a eletroneuromiografia continua tendo um importante papel na avaliação dos pacientes com doenças da coluna vertebral. É o exame mais indicado para avaliar o comprometimento radicular ou seja, é o exame que informa ao médico se a lesão que o paciente apresenta na coluna (hérnia de disco, espondiloartrose, listese) está ou não causando lesão direta sobre a raiz nervosa. Além disso, o exame auxilia na exclusão de diagnósticos diferenciais, no mapeamento das raízes acometidas, na avaliação da gravidade do comprometimento motor e na identificação ou exclusão de patologias associadas que, se não tratadas, podem interferir no resultado do tratamento, seja clínico ou cirúrgico (por ex., polineuropatias, mononeuropatias focais, etc). Algumas considerações devem ser levadas em conta na avaliação eletroneuromiográfica das radiculopatias: Primeiramente, o exame dever ser realizadopelo menos após 3 semanas do início dos sintomas. Como citado acima, este é o tempo necessário para que comecem a aparecer os primeiros sinais de desnervação muscular. O comprometimento radicular sensitivo não é acessível à eletroneuromiografia. Isto ocorre porque a lesão nestes casos é pré-ganglionar (entre o gânglio da raiz dorsal e a medula espinhal). Apesar de afetar a transmissão do impulso para as vias centrais a lesão não atinge os corpos neuronais presentes no gânglio da raiz dorsal sensitiva e portanto, não causa degeneração das fibras nervosas sensitivas distais detectável ao método. Devido às características complexas da coluna vertebral, o nível da hérnia de disco evidenciado à neurimagem nem sempre corresponde diretamente com a raiz identificada na eletromiografia. Por exemplo, uma única hérnia de disco de acordo com sua localização e direção pode comprometer diversas raízes nervosas. Desta forma uma radiculopatia L5 pode ser secundária à uma herniação central entre os discos vertebrais L2-L3 ou L3-L4 com compressão da raiz na região da cauda eqüina, ou uma herniação lateral entre L4-L5 ou L5-S1 (com migração ascendente) ou ainda pode ser secundária a uma estenose foraminal de L5. Para conduta cirúrgica, é sempre recomendável a correlação com a avaliação de imagem.

Síndrome do túnel do carpo

O termo carpo vem do grego karpós, em latim carpus, que significa punho. O túnel do carpo é um canal fechado por ossos na face dorsal e por uma espécie de "membrana espessa" chamada ligamento transverso do carpo na face palmar da região do punho. Através deste canal estreito passam nove tendões juntamente com um dos principais nervos da mão chamado nervo mediano. Anatomia do túnel do carpo Figura 1: Anatomia do túnel do carpo Corte do túnel do carpo Figura 2: Corte transversal do túnel do carpo Causas A síndrome do túnel do carpo (S.T.C.) ocorre pela compressão do nervo mediano na região do punho. Entre as causas mais freqüentes da síndrome estão: - Trabalhos manuais com movimentação repetitiva das mãos - Alterações hormonais como doenças da tireóide, diabetes, menopausa e gravidez - Doenças dos ossos ou articulações como fraturas dos ossos do punho, artrose e artrite reumatóide Alguns pacientes podem desenvolver a síndrome sem que exista um motivo aparente, possivelmente porque possuem um canal mais estreito que a média da população. Sintomas Os sintomas mais comuns são alterações na sensibilidade das mãos como: Sensação de dormência, formigamento ou queimação principalmente nos dedos polegar, indicador e médio Dor no punho que pode irradiar para a mão, antebraço, braço e ombro Sensação de fraqueza na mão A importância da Eletroneuromiografia A eletromiografia é importante para confirmar o diagnóstico e excluir outras doenças que também podem causar dormência ou formigamento nas mãos e para ajudar na avaliação da gravidade do comprometimento. Neste laboratório utilizamos a seguinte classificação eletrofisiológica de gravidade da S.T.C: Muito Leve ou Discreta: detectável somente através de técnicas de sensibilização ou análise comparativa; Leve: anormalidades restritas à condução nervosa sensitiva do nervo mediano; Moderada: anormalidades nas conduções sensitiva e motora do nervo mediano, sem desnervação muscular Acentuada ou Grave: potenciais sensitivos abolidos e/ou comprometimento motor significativo com sinais de desnervação muscular Extrema ou Muito Acentuada: inexcitabilidade elétrica e/ou desnervação muscular muito acentuada. É importante salientar que na classificação de gravidade são considerados aspectos mensuráveis como tipos de fibras acometidas (sensitivas e/ou motoras), a presença ou não de desnervação muscular e a intensidade do comprometimento. Não se trata de uma classificação de dor. A experiência de dor é um fenômeno individual muito complexo, mediada por diversos fatores. Tratamento O tratamento da síndrome do túnel do carpo pode ser conservador através do uso de antiinflamatórios, correção dos fatores predisponentes e uso de órteses de punho ou pode ser cirúrgico. A escolha do melhor tratamento é feita pelo médico assistente baseado na análise conjunta das informações fornecidas pela eletroneuromiografia com outros fatores como intensidade dos sintomas, necessidades profissionais do paciente, resposta ao tratamento conservador, etc).

Neuropatias Periféricas

O corpo humano possui uma grande quantidade de nervos também chamados "nervos periféricos". Estes nervos podem ser afetados por doenças que acometem vários nervos em conjunto nas denominadas "polineuropatias" ou "multineuropatias" ou por lesões que afetam um determinado nervo isoladamente nas denominadas "mononeuropatias". Sintomas Nervos perifericos Figura 1. Exemplo de alguns nervos periféricos Os sintomas mais comuns nas doenças que afetam os nervos são: - Dor - Fraqueza ou perda de força na região acometida - Alterações da sensibilidade como dormência, perda de sensibilidade ou sensações estranhas como formigamento, queimação ou sensação de choque - Atrofia ou redução da massa muscular na região comprometida - Causas ou Etiologias Principais Existem várias doenças que podem comprometer os nervos periféricos. Citaremos abaixo apenas algumas: - Diabetes (tipos I e II) - Doenças da tireóide - Doenças renais (nefropatias) - Doenças do fígado (hepatopatias) - Doenças do colágeno (Artrite Reumatóide, etc) - Doenças infecciosas (hanseníase, hepatite, AIDS, etc) - Doenças imunológicas/inflamatórias como Polirrradiculopatia Inflamatória Aguda Desmielinizante ou Síndrome de Guillain-Barré, Polirradiculopatia Inflamatória Crônica Desmielinizante (PIDC), entre outras. Além destas doenças os nervos periféricos podem ser comprometidos: - Pela manipulação desprotegida de agrotóxicos e outros produtos químicos, - Pelo uso de algumas medicações (alguns quimioterápicos, isoniazida, amiodarona, entre outras) - Pela falta de algumas vitaminas no organismo (má-absorção, alimentação inadequada) Os nervos periféricos também podem lesados nas situações de trauma como acidentes automobilísticos, ferimentos por arma branca ou de fogo, fraturas, etc. Também é comum a ocorrência de lesão do nervo pela compressão focal do nervo em determinados pontos vulneráveis do seu trajeto anatômico. Estas lesões geralmente são causadas pela predisposição anatômica individual, estiramento ou compressão do nervo por movimentos repetitivos ou apoio inadequado sobre os pontos de passagem do mesmo, entre outros fatores. Veja abaixo alguns locais vulneráveis onde alguns nervos são susceptíveis à compressão: Punho: compressão do nervo mediano (síndrome do túnel do carpo) Punho: compressão do Nervo ulnar (síndrome do canal de Guyon Cotovelo: Nervo mediano no cotovelo (síndrome do pronador redondo) Cotovelo: Nervo Ulnar (síndrome do canal cubital) Joelho: Nervo fibular na cabeça da fíbula Coxa: Nervo cutâneo lateral da coxa no ligamento inguinal (meralgia parestésica) Coxa: Nervo ciático (Sd. Piriforme) Braço: Nervo radial na goteira do úmero Antebraço: Nervo interósseo posterior Tornozelo: Nervo tibial posterior (síndrome do túnel do tarso) Região torácica superior/cervical: Compressão do tronco inferior do plexo braquial (Sd. do desfiladeiro torácico) A importância da Eletroneuromiografia A eletroneuromiografia é um exame fundamental para investigação das doenças que afetam os nervos periféricos. Ela vai avaliar qual ou quais os nervos comprometidos: Local do comprometimento Distribuição do comprometimento ou seja: se a doença está restrita a um nervo ou grupo de nervos ou se é difusa (atinge vários nervos de forma disseminada), se é simétrica ou assimétrica, proximal ou distal Padrão de comprometimento ou seja, se a lesão afeta apenas o envoltório do nervo (mielina) ou se afeta as suas fibras internas (axônios). A gravidade do problema Se as alterações são agudas, subagudas ou crônicas Se a lesão/doença ainda está em atividade ou não Se o problema é apenas do nervo ou se existe também comprometimento muscular associado Tratamento das Neuropatias Periféricas Não existe um tratamento único para o problema. Como vimos acima existem diferentes causas para o desenvolvimento de um problema no nervo. Para o tratamento adequado das neuropatias periféricas é necessário saber a causa do problema. Quando a neuropatia é secundária a algum outro distúrbio metabólico que o paciente apresenta (por exemplo: diabetes descompensado, alterações hormonais, acúmulo de substâncias tóxicas no organismo pela filtração inadequada dos rins, etc) é necessário corrigir ou melhorar estes problemas. Quando existe deficiência de alguma vitamina ou outro nutriente é necessário fazer a reposição do que está faltando. Quando ela ocorre pela exposição a substâncias químicas, agrotóxicos ou medicações é necessário tentar identificar a substância que está acarretando o problema e quando possível, substituir ou suspender o uso. Alguns pacientes com doenças inflamatórias ou imunológicas do próprio nervo (Sd Guillain Barré, PIDC, Neuropatia Motora Multifocal, entre outras doenças) podem necessitar o uso de Imunoglobulinas ou substâncias imunossupressoras. Nas lesões por trauma ou compressão anatômica do nervo existe a possibilidade de tratamento conservador com fisioterapia, adaptações posturais, uso de órteses ou em algumas situações, pode ser necessário o tratamento cirúrgico. No tratamento da dor, que quando secundária a doenças dos nervos periféricos é chamada de Dor Neuropática, o uso dos analgésicos comuns pode ser insatisfatório. Existem diversas medicações disponíveis no mercado que apresentam efeito mais adequado para este tipo de dor. Em todos os pacientes a avaliação do tratamento precisa ser feita de maneira individualizada após o diagnóstico correto do problema.

Exame de Eletroneuromiografia

O que é Eletroneuromiografia? A eletroneuromiografia é o registro da atividade elétrica dos nervos e músculos. Como o exame é feito? O exame é composto por duas partes: O estudo da Condução Nervosa e a Eletromiografia. Na primeira parte do exame, "O Estudo da Condução Nervosa" são aplicados estímulos elétricos de baixa intensidade em alguns nervos e na segunda parte do exame "A Eletromiografia" é colocada uma agulha muito fina e delicada em alguns músculos para avaliar o sinal gerado pelos próprios músculos. Para que o exame seja realizado de forma adequada é necessária a avaliação SEMPRE dos dois membros (superiores ou inferiores) não sendo recomendável a avaliação apenas de um membro. O que o exame avalia? O exame de eletroneuromiografia avalia essencialmente o sistema nervoso periférico que é composto pelas células do corno anterior da medula espinhal, raízes nervosas da coluna vertebral, nervos periféricos, junção neuromuscular e músculos. Trata-se de um exame insubstituível no diagnóstico de algumas doenças. Sua realização é imprescindível na avaliação das polineuropatias (doença difusa dos nervos), das miopatias (doenças dos músculos), nas doenças da junção neuromuscular (miastenia gravis, Sd. Eaton-Lambert), nas lesões acidentais ou traumáticas dos nervos periféricos, raízes nervosas e feixes nervosos (neuropatias, radiculopatias, plexopatias), entre outras. As duas etapas do exame e o que elas avaliam serão detalhadas logo abaixo: 1ª etapa do exame: O estudo da condução nervosa Nesta etapa do exame é avaliada a resposta dos nervos periféricos através da realização de estímulos elétricos com registro das respostas destes nervos através de eletrodos colocados em pontos específicos do trajeto do nervo a ser estudado. Pela resposta obtida é possível calcular vários parâmetros como latência das respostas (tempo entre o estímulo e a resposta nervosa), amplitude e velocidades das respostas. Estes parâmetros são muito importantes para entendermos o que está acontecendo com o nervo. É possível avaliar, por exemplo, se existe algum ponto de bloqueio ou lentificação na passagem do impulso elétrico, se a respostas estão dentro dos valores esperados ou não, o tipo de problema: se desmielinizante ou axonal, se as alterações são restritas a um nervo ou acometem vários nervos, entre outras informações. Colocação de Eletrodos Figura 1: Exemplo de colocação de eletrodos e locais de estímulo para estudo do nervo ulnar Nesta etapa também são realizados os estudos das respostas tardias (ondas F e respostas H). Estas respostas podem ser muito importantes na avaliação de algumas patologias dos nervos e raízes nervosas. Resposta de um nervo motor normal Figura 2: Exemplo de resposta de um nervo motor normal 2ª etapa do exame: A eletromiografia Nesta etapa é colocada uma agulha muito fina e delicada em alguns músculos e realizado o registro da atividade espontânea destes músculos durante a inserção da agulha e durante o repouso muscular, logo em seguida é avaliada a atividade do músculo durante a contração muscular. Na eletromiografia não é usado nenhum tipo de estímulo elétrico e também não é injetada nenhuma substância pois, o objetivo é registrar apenas a atividade elétrica do próprio músculo. Além de ser muito importante no diagnóstico das doenças do próprio músculo (miosites, distrofias,etc) a eletromiografia é muito importante na avaliação das doenças dos neurônios motores, raízes nervosas e nervos periféricos. A eletromiografia é importante mesmo na suspeita de lesão apenas do nervo porque após a lesão de um nervo, os músculos por ele inervados sofrem um processo de desnervação. Nas lesões agudas podem ser detectados potenciais precoces de desnervação que são as denominadas "fibrilações" ou "ondas positivas" e que começam a aparecer 2 a 3 semanas após a lesão nervosa. Nas fases mais tardias observamos mudança na morfologia do sinal elétrico do músculo, com a presença dos chamados potenciais neurogênicos crônicos, maiores em tamanho e presentes em intervalos mais espaçados em relação ao que seria esperado em um músculo normal. Estas alterações são resultado da reinervação parcial do músculo afetado. Músculo normal em contração leve Figura 3: Exemplo de registro de um músculo normal em contração leve Desnervação parcial Figura 4: Exemplo de registro de um músculo com desnervação parcial (presença de potenciais neurogênicos crônicos) Através dos dados obtidos nesta etapa do exame é possível determinar: A integridade da fibra muscular ou seja, se existe alguma doença acometendo o próprio músculo (miopatia) ou o nervo responsável por ele. Determinar a intensidade do comprometimento. Estabelecer se a lesão é aguda, subaguda ou crônica. Estabelecer se a doença está ou não em atividade. A partir dos dados registrados no estudo da condução nervosa e na eletromiografia são geradas tabelas com os valores obtidos. As informações obtidas permitem diagnosticar uma grande variedade de doenças e lesões. O exame dói? A eletroneuromiografia é um exame talvez um pouco desagradável para alguns pacientes mas, trata-se de um exame bastante seguro e muito bem tolerado pela ampla maioria das pessoas, sendo realizado até mesmo em crianças. Contraindicações para o exame A principal contra-indicação para realização do exame é a presença de feridas extensas ou edema muito acentuado no membro (perna ou braço) onde o exame deve ser realizado. A presença de feridas (úlceras extensas) nos locais de colocação dos eletrodos pode dificultar ou mesmo impossibilitar a realização do exame. A presença de próteses metálicas ou marca-passo e o uso de anticoagulantes não impossibilitam a realização do exame mas, o paciente deve sempre obrigatoriamente comunicar o médico responsável pela execução do exame. Recomendações para o exame de eletroneuromiografia Não use qualquer tipo de creme (hidratantes ou qualquer outro creme) na pele no dia do exame (dificulta a colocação dos eletrodos). Alimente-se bem e normalmente (não é necessário jejum). Traga uma camiseta regata ou de manga curta caso o exame seja dos braços e um calção curto largo ("shorts") caso o exame seja das pernas. Traga todos os exames que já realizou para investigação do problema em questão: Raio X, Tomografia, Ressonância da coluna ou do membro afetado, eletroneuromiografias anteriores (se tiver). No caso de lesão aguda do nervo é necessário aguardar pelo menos 3 semanas antes de realizar o exame. Exemplos de patologias onde exame de eletroneuromiografia pode ser indicado : Neuropatias Periféricas; Síndrome do Túnel do Carpo; Radiculopatias; Hérnias de disco e Outras Doenças da Coluna Vertebral: (Espondilolistese, Espondiloartrose, Estenose de Canal Vertebral).

Teste de Multiplas Latências do Sono

O Teste de Múltiplas Latências do Sono consiste em cinco registros polissonográficos durante o dia. A cada duas horas o paciente é solicitado a deitar-se em um ambiente escuro e silencioso e tentar adormecer pelo período de 20 minutos após o qual ele será acordado. Trata-se de um exame especialmente importante para avaliação da média das latências do sono REM. A latência média encontra-se encurtada nos casos de Sonolência Excessiva Diurna, podendo ser útil no diagnóstico da narcolepsia. Para o exame o paciente deve: Lavar a cabeça com shampoo neutro (sem usar creme, condicionador ou gel) Barbear-se (somente para pacientes que usem barba) Não usar esmalte de cor escura Trazer roupa bem confortável para dormir, sem elásticos nos punhos e tornozelos Trazer travesseiro (caso não se sinta confortável usando outro) e objetos de uso pessoal Manter uso de medicamentos (a suspensão deverá ser feita por solicitação médica prévia) Evitar no dia do exame café puro, refrigerante ou cafeinados Não ingerir bebida alcoólica 48 h antes do exame Em caso de gripe, tosse ou febre o exame não poderá ser realizado (favor desmarcar o exame) PARA CRIANÇAS: Trazer alimentos e fraldas. Não há fornecimento de alimentação durante a noite. Só o café da manhã. Se a criança mama a noite, é necessário trazer a mamadeira ou a alimentação.

Eletroencefalograma

O eletroencefalograma é um exame que permite o estudo da atividade elétrica cerebral e é realizado através de elétrodos aplicados no couro cabeludo de forma não-invasiva. Para o exame o de polissonografia paciente deve: Lavar a cabeça com shampoo neutro (sem usar creme, condicionador ou gel) Vir com os cabelos limpos conforme a orientação acima, secos, sem nenhum tipo de creme. Estar bem alimentado. Não ingerir bebidas alcoólicas no dia do exame. Para CRIANÇAS: A criança deve estar sem febre no dia do exame. Recomenda-se a privação do sono. O que é a privação do sono? Existem duas maneiras de realizar o Eletroencefalograma. Uma delas é com sedação, onde a criança recebe uma pequena dose de sedativo e espera-se que ela durma para realizar o exame. A outra maneira é com a privação de sono, onde a criança com o auxílio dos pais, dorme menos do que deveria na noite anterior (solicitar maiores informações referentes à idade da criança e o número de horas de privação de sono necessárias para um bom exame). A privação do sono é o melhor meio para realização do eletroencefalograma pois, além de ser menos arriscado para a criança, ela permite um registro de melhor qualidade, sem a interferência da medicação sedativa e com maior chance de detectar alguma anormalidade. Por aumentar muito a possibilidade de detecção de anormalidades, a privação do sono também é indicada por alguns médicos para o exame de adultos portadores de epilepsia podendo auxiliar a identificar com maior facilidade o foco das crises epiléticas.

Exame de Polissonografia

Para um bom registro são necessárias pelo menos 6 horas de sono. O exame é feito com aparelhos digitais de última geração que permitem uma precisa aquisição de dados e análise do sono. Na Clínica Polisono todos os pacientes são acomodados em quartos individuais com ar condicionado. Nossos médicos e técnicos apresentam alta qualificação profissional e são treinados para esclarecer suas dúvidas e ajudá-lo em qualquer necessidade. Noturna e Diurna/ Adulto e Infantil A polissonografia é um exame que avalia o padrão de sono através de diversas variáveis entre elas: atividade elétrica cerebral (eletroencefalograma), o movimento dos olhos (eletroculograma), a atividade de músculos (eletromiograma), a respiração, a oxigenação do sangue (oximetria), avaliação do ronco e da posição corporal. Durante o exame além de todos os registros acima também é realizada a monitorização em vídeo. Para o exame o paciente deve: Lavar a cabeça com shampoo neutro (sem usar creme, condicionador ou gel); Barbear-se (somente para pacientes que não usem barba normalmente); Não usar esmalte de cor escura; Trazer roupa bem confortável para dormir (pijama ou moleton), sem elásticos nos punhos e tornozelos; Trazer travesseiro (caso não se sinta confortável usando outro) e objetos de uso pessoal; Manter uso de medicamentos (a suspensão deverá ser feita apenas se houver solicitação médica prévia); Evitar no dia do exame café puro, refrigerante ou cafeinados; Não ingerir bebida alcoólica 48 h antes do exame; Em caso de gripe, tosse ou febre o exame não poderá ser realizado (favor desmarcar o exame); PARA CRIANÇAS: Trazer alimentos e fraldas. Não há fornecimento de alimentação durante a noite. Se a criança mama a noite, é necessário trazer a mamadeira ou a alimentação. A polissonografia é o principal método para diagnóstico dos distúrbios do sono. É um exame que avalia o sono espontâneo do indivíduo e é realizado dentro de uma clínica, durante uma noite inteira. Durante o exame são registrados múltiplas variáveis fisiológicas, entre elas: Atividade elétrica cerebral através do eletroencefalograma; Movimentos oculares através do eletrooculograma; Tônus muscular através do eletromiograma submentoniano; Fluxo aéreo nasal e bucal; Movimentos respiratórios; Saturação da oxi-hemoglobina; Eletrocardiograma; Movimento dos membros inferiores;

Estágios do sono

Desde a mais remota antiguidade o sono sempre intrigou muito o ser humano. Antigamente achava-se que o sono era um estado inerte e com a função basicamente de fazer o indivíduo repousar. Com o advento das novas técnicas de estudo e monitorização do sono como a polissonografia, descobriu-se que o sono é um estado complexo, dividido em vários estágios e em alguns dos quais ocorre uma intensa atividade do organismo, como a secreção de hormônios e a consolidação de processos de memória. E é por ser tão importante para o funcionamento do nosso organismo que se busca cada vez mais, melhorar a qualidade e eficiência do sono. Sabe-se que esta melhora correlaciona-se diretamente com uma melhor qualidade de vida. O sono divide-se nos seguintes estágios: Estágio 1 É o estágio inicial, apresenta curta duração e caracteriza-se por uma atenuação da atividade elétrica cerebral, com ondas de menor freqüência que no estado de vigília e presença de movimentos oculares lentos. Estágio 2 É o estágio que tem maior duração e caracteriza-se por alguns grafoelementos como os fusos do sono e os complexos K. Estágio 3 e 4 São caracterizados pelo predomínio de ondas lentas. Sono REM ("Rapid Eyes Movement") Sono REM ( "Rapid Eyes Movement") trata-se de um estágio que ocorre predominantemente na segunda metade da noite. É geralmente no sono REM que ocorrem os sonhos e processos importantes de consolidação de memória. É chamado "REM " porque ocorrem períodos de movimentos rápidos dos olhos. Outro fenômeno que ocorre no sono REM é a hipotonia muscular. Nos pacientes que têm apnéia do sono, é no sono REM que as apnéias predominam.

Dormir após o almoço faz bem para a memória

Cochilo, no entanto, não deve ultrapassar 30 minutos para não prejudicar sono noturno. Sintomas O cochilo após o almoço conhecido como siesta nem sempre é bem visto, mas estudos da Universidade de Berkeley, na Califórnia, mostram que uma soneca de 15 a 30 minutos pode aumentar o aprendizado e a memorização, além de ajudar na recuperação física e mental do corpo. Segundo a pesquisa, jovens que cochilavam à tarde tiveram um desempenho 10% melhor nas tarefas relacionadas à capacidade de aprendizagem e memória. Por outro lado, aqueles que perderam uma noite de sono diminuíram a capacidade de armazenar novas informações em até 40%. O neurologista de Campinas Bráulio Brayner, especialista em distúrbios do sono, explica que a capacidade de aprendizagem melhora quando se dorme bem, pois alguns estágios do sono, como o REM, estão relacionados à memória e ao aprendizado. Ele esclarece ainda que o cochilo neste horário é uma necessidade fisiológica devido ao processo de digestão: "O sangue se torna menos ácido, neste momento, dando uma sensação de sonolência". A diminuição da temperatura corporal, que normalmente ocorre nesta hora do dia, também leva o corpo a entrar no ritmo de sono. "A soneca após o almoço melhora a memória. É como se durante o sono o cérebro fizesse uma 'limpeza' na memória de curto prazo, abrindo espaço para que novas informações sejam armazenadas", explica. O tempo para voltar à ativa depois da soneca é muito variável e individual, inclusive depende da duração do cochilo, mas em geral após uma soneca com duração de 30 minutos, em média, a pessoa leva mais 30 minutos para estar plenamente recuperada. A sonolência após a soneca é diminuída quando se faz uma refeição mais leve no almoço, também ficando em local com temperatura mais amena, evitando o excesso de calor. Pode-se também tomar café ou outra bebida estimulante. "O café pode até ser tomado antes, pois só vai fazer efeito após a soneca. Para quem costuma dormir duas ou três horas após o almoço, principalmente nos finais de semana quando não há preocupação com o trabalho, Dr. Brayner alerta que esse tempo é longo. "A soneca após o almoço deve durar no máximo 30 minutos para não atrapalhar a noite, pois é nesse horário que o sono é mais restaurador e importante".

Obesidade pode acarretar distúrbios do sono

O encurtamento do tempo de dormir tornou-se um hábito comum na sociedade atual e, curiosamente, em todos os países a obesidade tem se tornado uma verdadeira epidemia, sugerindo uma associação entre ambos. Hoje em dia sabe-se que distúrbios do sono têm o poder de influenciar o equilíbrio nutricional e metabólico do corpo, e vários estudos têm mostrado que sua restrição tem relação com maior prevalência de obesidade, dislipidemias e diabetes. A privação de sono costuma provocar uma alteração do padrão hormonal que controla fome e saciedade, ocasionando um desequilíbrio dos mesmos, com aumento do apetite para alimentos com alta quantidade de carboidratos. Outras evidências mostram que a privação de sono pode aumentar não só o apetite como também a preferência por alimentos mais calóricos e ricos em lipídeos. Do ponto de vista hormonal, existe uma substância chamada grelina relacionada à fome e outra substância denominada leptina relacionada à sensação de saciedade. Na privação de sono, ocorre um desequilíbrio entre as duas, promovendo aumento do apetite e ingestão de alimentos com alto teor calórico. Geralmente o excesso de peso provoca acúmulo de gordura na região cervical, ocasionando um estreitamento das vias aéreas e, desta forma, aumentando o risco de ronco e apneia. Algumas medidas, como o IMC (índice de massa corporal) e a medida de circunferência do pescoço podem ajudar a predizer esses riscos. Assim, torna-se frequente entre obesos a Síndrome da Apneia-Hipopnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS), e pacientes com obesidade mórbida podem ainda apresentar a Síndrome de Obesidade-Hipoventilação (Síndrome de Pickwick). Neste caso, o excesso de gordura interfere na movimentação da musculatura respiratória no tórax e abdômen, consequentemente, o tórax expande menos e há uma retenção de gás carbônico no corpo, ocasionando diversas alterações, entre elas uma sonolência excessiva durante o dia. O diagnóstico é feito levando-se em consideração o quadro clínico do paciente, e muitas vezes as queixas do cônjuge. O melhor exame para diagnóstico de ambas as condições é a polissonografia, que permite avaliação das variáveis respiratórias e estagiamento do sono, além da medida da saturação de oxigênio no sangue. O tratamento da apneia (SAHOS) é feito através de aparelhos que promovem uma desobstrução da via aérea. Geralmente tratando o distúrbio do sono o paciente já passa a dormir melhor, pois há uma melhora acentuada dos sintomas, principalmente da sonolência diurna, e quem dorme bem tem um melhor controle da ingestão alimentar e melhor metabolismo e, consequentemente, perde peso mais facilmente. Por Dr. Braulio Brayner, médico especialista em neurologia e medicina do sono da Polisono.

Bebê dormir de barriga para cima reduz em 70% risco de morte súbita

A nova orientação, que passou a ser seguida pela Sociedade Brasileira de Pediatria, é de que a criança seja colocada de barriga para cima. Dessa forma se reduz em 70% os riscos da morte súbita, segundo um estudo do Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A pesquisa da UFPel constatou que se uma criança está deitada de barriga para cima e se engasga, ela acaba tossindo e chama a atenção dos pais. No caso da morte súbita, essa reação não acontece e a morte se dá de forma silenciosa. "A morte súbita do lactente é a principal causa de morte no primeiro ano de vida nos países desenvolvidos. É definida como óbito de crianças de 1 a 12 meses de idade sem causa esclarecida após extensa investigação da cena de morte e necropsia", explica o neurologista e especialista em distúrbios do sono, Bráulio Brayner, de Campinas. O médico ressalta que ainda não se sabe as causas exatas da morte súbita, mas os resultados de necropsia sugerem a presença de hipoxemia crônica (baixo teor de oxigênio no sangue) ou obstrução de vias aéreas superiores, mas nem todos os lactentes que tiveram morte súbita apresentam estas alterações. Segundo ele, foi verificado através de pesquisas que a morte súbita ocorre mais frequentemente nos meses de inverno, a maior incidência é no sexo masculino e pode haver associação com tabagismo passivo e tabagismo materno pré-natal. "A chance de o lactente ter morte súbita quando há exposição domiciliar à fumaça de cigarro aumenta em 5 a 9 vezes, sendo maior quando o fumante é a mãe. Há também uma chance maior de o distúrbio acontecer quando a criança é prematura, quando há excesso de vestimentas, aleitamento artificial e quando já ocorreu morte súbita em algum parente direto", esclarece. A morte súbita é considerada um distúrbio do sono porque 80% dos casos ocorrem entre meia-noite e seis horas da manhã. Entre os lactentes, ela acontece tipicamente na faixa etária entre 1 e 12 meses de vida, com um pico de incidência entre 2 e 4 meses de idade, de acordo com Dr. Bráulio. A Academia Americana de Pediatria recomenda que os lactentes saudáveis devam dormir em decúbito dorsal (ou seja, de barriga para cima) ou lateral. Recomenda-se também abolir o tabagismo passivo, estimular o aleitamento materno, evitar excesso de roupas e cobertores e não usar colchão grosso e macio. "Essas orientações são muito importantes e deveriam ser passadas às mães pelos pediatras brasileiros", acrescenta. Além da morte súbita, ele diz que os bebês também podem sofrer de outros distúrbios do sono, mas são mais raros, que são o evento de aparente risco de vida, a apnéia da prematuridade, a apnéia do lactente, síndrome da hipoventilação central congênita e, nas crianças com um pouco mais de idade, a apnéia obstrutiva do sono, as parassonias (incluindo sonambulismo e terror noturno) e crises epilépticas que podem ocorrer durante o sono. Mesmo com as comprovações feitas pela pesquisa e com o conhecimento de que a orientação de dormir de barriga para cima é feita em muitos países há mais de 20 anos, no Brasil poucas mães adotam a medida. Aqui, aliás, a prática usual é colocar o bebê de lado, porque no caso de engasgar ele não se sufocaria com o leite. Mas os estudos mostram que o perigo da morte súbita é bem maior.

Idade, peso e sexo estão relacionados à maior incidência de ronco

Distúrbio piora com o avanço da idade, aumento de peso e é mais comum em homens. O ronco é algo que incomoda muito. Não apenas a pessoa que ronca, mas também, e principalmente, quem está ao lado e não consegue dormir por causa do ruído. O médico neurologista Bráulio Brayner, especialista em distúrbios do sono da Clínica Polisono, explica que o ronco não deve ser negligenciado. Ao contrário, a pessoa que tem o problema deve procurar um especialista para diagnosticar as causas e fazer o tratamento adequado, que pode ser medidas preventivas, uso de aparelhos ou, em determinados casos, tratamento cirúrgico. Já se sabe, segundo ele, que o ronco piora com o avanço da idade, com o aumento de peso e é mais comum no sexo masculino. "As pessoas que roncam tem mais chances de sofrer de hipertensão arterial, independentemente de outros fatores de risco, como idade e obesidade. Além disso, o ronco está muito ligado à apnéia do sono. Por este motivo essas pessoas sempre têm que ser investigadas quanto à presença ou não de apnéia do sono", explica. De acordo com o médico, o ronco é provocado pela passagem do ar em uma via aérea estreitada. Nas pessoas que roncam, há um estreitamento das vias respiratórias por diversos motivos durante o sono. Assim, quando o ar passa durante a respiração, ocorre uma vibração das estruturas presentes e esta vibração provoca o ruído que se chama popularmente de ronco. Além da obstrução parcial das vias aéreas, o ronco pode ser causado também por fatores hormonais e anatômicos, como o prolongamento do palato e as amígdalas aumentadas, além de obesidade e acúmulo de gordura na região cervical. Os estudos mostram que a prevalência do ronco aumenta com o decorrer da idade. Acha-se que contribui para isto a maior flacidez muscular, que ocorre naturalmente com o avançar da idade, a influência de hormônios e o aumento de peso que tende a ocorrer também com o passar dos anos. Dr. Braulio explica que quando o indivíduo dorme, ocorre um maior relaxamento muscular, principalmente em algumas fases do sono, e este relaxamento da musculatura presente nas vias respiratórias, na faringe, faz com que haja menos espaço para a passagem do ar. Durante o sono ocorre também uma queda da língua que pode vir a estreitar mais ainda este espaço. Em indivíduos obesos o acúmulo de gordura na região cervical pode piorar ainda mais a diminuição do espaço por onde o ar circula. "Se temos todos estes fatores dificultando a livre circulação do ar, teremos também uma maior vibração dos tecidos presentes nas vias aéreas e esta vibração vai gerar o ronco. Se a obstrução da via aérea for total o ar deixa de circular e a pessoa para momentaneamente de respirar, ocasionando a apnéia", acrescenta. Para as pessoas que já roncam é essencial que elas percebam que o ronco não é um fenômeno "normal" e sim um distúrbio que precisa ser tratado, não só pela questão da convivência com outras pessoas que podem vir a se sentir incomodadas com o barulho, mas também para diminuir a chance de vir a ser hipertensa, sofrer um infarto ou um AVC. Para os que não roncam uma das medidas de mais sucesso é o controle do peso. Se o peso se mantiver estável a chance de futuramente ser um "roncador" é menor. "Para quem ronca a melhor posição para dormir é de lado, pois quando dormimos de barriga para cima há uma piora do ronco e maior chance de ter apnéias", afirma o médico. Ele acrescenta que o ronco tende a piorar no horário da madrugada, pois ocorre um aprofundamento do sono e em determinados estágios profundos do sono há um maior relaxamento muscular e consequentemente mais risco de estreitamento das vias aéreas. O tratamento, segundo ele, é controlar o peso, dormir em posição lateral, evitar uso de determinados tipos de medicações que podem induzir a um aumento do relaxamento muscular e evitar uso de bebida alcoólica pelo mesmo motivo. Quando há diagnóstico de ronco ou apnéia leve o tratamento pode ser feito com aparelhos intra-orais. Para os casos de apnéia moderada e grave o tratamento é feito com outro tipo de aparelho, denominado CPAP, que possui uma máscara nasal. Existe também a possibilidade de tratamento cirúrgico para ambos os casos.

Dicas para uma boa noite de sono

Medidas de higiene do sono As orientações abaixo são dicas simples mas muito eficazes em promover uma melhor qualidade do sono. Nunca se esqueça que uma melhor qualidade do sono representa uma melhor qualidade de vida. Suspender ou reduzir substancialmente o consumo de bebidas alcoólicas por no mínimo 6 horas antes de dormir. O álcool pode alterar a estrutura do sono e aumentar o número de apnéias nos portadores de Apnéia Obstrutiva do Sono. Evitar o uso de estimulantes como café, chá preto, verde ou mate e energéticos, no mínimo 6 horas antes de dormir (alguns tipos de chá como camomila e erva cidreira não têm contra-indicação). Evitar refeições pesadas antes de dormir Evitar dormir durante o dia. Perder peso. Sabe-se que o aumento da massa corporal correlaciona-se com a gravidade e com a freqüência da apnéia e da hipoxemia (queda de oxigênio no sangue). Às vezes uma simples redução do peso já provoca uma redução importante das apnéias. Praticar exercícios físicos regulares preferencialmente até 4 a 6 horas antes de deitar. As atividade físicas não devem ser praticadas em horários muito próximos aos de dormir. Melhorar o ambiente do sono. O quarto em que se dorme deve ser confortável, silencioso e escuro. Devem ser evitados os carpetes ou outros materiais que acumulem poeira ou possam propiciar alergias. Manter hábitos adequados como horário regular de ir para a cama e levantar da cama. Evitar atividades na cama que não sejam dormir e o ato sexual, ou seja, a cama não é o ambiente adequado para assistir TV, escutar rádio ou usar o computador. Evitar passar tempo excessivo na cama. A cama deve ser um local estritamente para dormir. Se você não consegue dormir é preferível levantar e sair do quarto até que o sono retorne. Suspender sempre que possível o uso de medicamentos como benzodiazepínicos, barbitúricos e narcóticos, pois eles interferem na arquitetura do sono, têm efeito depressor sobre a respiração e podem piorar muito as apnéias nos portadores de Apnéia Obstrutiva do Sono. Apesar de serem medicações muito usadas por pacientes com problemas de sono são medicações que devem ser evitadas e substituídas sempre que possível, pois elas além de causar dependência, podem afetar a qualidade do sono. Nunca inicie, mas também nunca suspenda o uso destas medicações por conta própria. Procure sempre orientação médica adequada. Procurar relaxar física e mentalmente pelo menos 2 horas antes de dormir. Evite discutir, resolver problemas, calcular despesas, fazer esforços físicos, etc. É muito salutar o hábito de ter uma agenda para escrever os compromissos e prioridades. Idealmente a agenda deve ser organizada cerca de 4 horas antes de deitar. A agenda permite que você não se esqueça de nada importante, organize melhor sua rotina e durma mais tranqüilo, sem se preocupar com o que não deve esquecer para o dia seguinte. Procurar encontrar a posição mais adequada para dormir. Nos pacientes com apnéia do sono deve-se evitar a posição do corpo na qual a apnéia aparece ou piora, que geralmente é a posição chamada de decúbito dorsal, com as costas para baixo e a barriga para cima. Uma dica muito simples para auxiliar pessoas que possuem o hábito de dormir nesta posição é a de costurar um bolso na parte posterior de uma camiseta e colocar ali uma bola de tênis de mesa para evitar que durante o sono a pessoa vire de barriga para cima.

Insônia

Causas, sintomas, consequências e tratamento Insônia é a dificuldade de iniciar ou manter o sono ou ainda a percepção de um sono não reparador, com prejuízo na atividade social e/ou profissional. Devido ao grande número de pessoas atingidas e às suas repercussões, a insônia torna-se um problema de saúde pública. Na maioria das vezes a insônia está relacionada a uma redução da quantidade de horas necessárias para um sono satisfatório. Sabemos que não existe apenas um tipo de insônia mas vários tipos de "insônias". Elas geralmente decorrem da interação de diversos fatores como predisposição genética, fatores físicos, biológicos, mentais, psicológicos e sociais. Podem ser agravadas por outros distúrbios do sono como SAHOS (Síndrome da Apnéia Hipopnéia Obstrutiva do Sono), Síndrome das Pernas Inquietas e Parassonias. Também podem ser causadas ou agravadas por outras condições como Depressão, Transtorno da Ansiedade, Fibromialgia, Dor Crônica, Distúrbios Metabólicos Hormonais (por exemplo, doenças da tireóide), algumas medicações e substâncias (estimulantes, benzodiazepínicos, bebidas alcóolicas). Em algumas situações a insônia é primária. Muitos pacientes com Insônia Idiopática (sem causa aparente) relatam dificuldade para dormir de início ainda na infância. Na maioria dos casos a insônia é do tipo psicofisiológica, na qual estão envolvidos fatores predisponentes, como um nível aumentado de alerta e vigilância, mesmo durante a noite; fatores desencadeantes como mudança de trabalho, perda de ente querido, situações familiares e pessoais de conflito, etc; e fatores perpetuadores como a manutenção de hábitos inadequados em relação ao sono (horário irregular de ir deitar, ficar assisistindo TV ou usar computador e celular até tarde da noite). Existe também a insônia paradoxal, que consiste em uma má percepção do estado de sono, ou seja, a pessoa queixa-se de dormir pouco, mas a polissonografia não constata anormalidades. Características e Sintomas A grande maioria dos casos de insônia pode ser caracterizada como insônia inicial que se caracteriza pelo aumento da latência do sono, ou seja, aumento do tempo que o indivíduo demora para iniciar o sono. Também é muito freqüente a insônia de manutenção onde ocorre o aumento dos despertares durante a noite. A insônia terminal é um pouco menos comum e se caracteriza pelo despertar precoce, quando o indivíduo acorda muito antes do horário que desejaria, mas não consegue voltar a dormir. Alguns pacientes com insônia queixam-se na realidade da qualidade de seu sono, ou seja, mesmo dormindo uma quantidade de horas considerada satisfatória, estes indivíduos têm a sensação de que o sono não foi reparador. A quantidade ideal de horas de sono é uma característica individual. A maioria das pessoas sente-se satisfeita após cerca de 7 a 8 horas de sono, porém o que define se a pessoa dormiu satisfatoriamente é o estado em que ela se encontra no dia seguinte. Geralmente os pacientes com insônia apresentam-se cansados, mal-humorados, sonolentos ou com sensação de "atordoamento". Muitos, mesmo sonolentos, não conseguem dormir durante o dia. Conseqüências da Insônia Crônica não tratada A insônia crônica pode resultar em distúrbios da memória e concentração, ansiedade, depressão, irritabilidade, sentimento de insatisfação constante, baixo rendimento profissional, prejuízo do convívio social e aumento do risco de acidentes com veículos automotores. Tratamento Nem todo o paciente com queixa de insônia precisará passar por um exame de polissonografia, entretanto a insônia pode ser um sintoma de outro transtorno. Por exemplo, alguns pacientes com apnéia do sono ou com narcolepsia podem interpretar seus despertares freqüentes como insônia quando na verdade fazem parte de outro problema. Na correta interpretação da queixa de insônia são fundamentais a história clínica e o exame físico detalhados, procurando estabelecer relação da insônia com outros achados clínicos para chegar ao diagnóstico do problema. Caso exista suspeita de algum distúrbio primário do sono pode ser solicitada polissonografia onde serão monitorizados os parâmetros do sono, quantidade de horas dormidas, eficiência do sono e se há alguma causa que leve o paciente a despertar durante a noite. Uma vez estabelecido o diagnóstico existem várias opções de tratamento, seja medicamentoso, seja através de terapias cognitivo-comportamentais, sendo indispensável o acompanhamento médico adequado. No tocante ao medicamentos atualmente dá-se preferência aos medicamentos que não provocam dependência e poderiam ser reduzidos ou retirados futuramente.

Apnéia do sono (SAHOS)

Causas, sintomas e tratamento A Apnéia do Sono ou SAHOS (Síndrome da Apnéia/Hipopnéia Obstrutiva do Sono) é caracterizada pela ocorrência de episódios recorrentes de obstrução parcial ou total da musculatura das vias aéreas durante o sono. A conseqüência destas obstruções é a redução (hipopnéia) ou interrupção completa (apnéia) do fluxo de ar apesar da manutenção do esforço inspiratório. Causas A SAHOS é uma doença multifatorial. Ela pode ser causada pela interação de fatores anatômicos individuais (tamanho das vias aéreas) com outros fatores como hipotonia da musculatura das vias aéreas durante o sono. Apnéia do sono Figura 1: Imagem demonstrando a obstrução à livre passagem do ar (azul) que ocorre na apnéia do sono. Sintomas O paciente com ronco ou apnéia do sono pode não perceber o problema. Muitos pacientes são conduzidos ao especialista pelo cônjuge ou por pessoas que convivem com ele e percebem o problema. Alguns sinais e sintomas comuns são: Ronco: respiração ruidosa ou barulhenta durante o sono Sono não reparador, ou seja, o paciente já acorda com a sensação de cansaço ou de que não dormiu suficientemente bem Despertares noturnos frequentes Paradas momentâneas da respiração durante o sono presenciadas pelo cônjuge ou outros familiares Distúrbios cognitivos como: dificuldade de memória, concentração e atenção Irritabilidade Fadiga Nictúria ou seja, o paciente desperta várias vezes durante a noite para urinar sem que haja um problema de ordem urológica Cefaléia matinal, estes pacientes muitas vezes já acordam com dor de cabeça Sonolência Diurna Excessiva: é um sintoma muito importante e freqüente em pacientes com SAHOS. Conseqüências da SAHOS não tratada Já está bem documentado na literatura médica que a apnéia do sono pode causar vários problemas à saúde. Entre os problemas mais bem documentados estão os listados abaixo: Maior risco de acidentes de trânsito e de trabalho: Vários estudos demonstram que o número de acidentes de trânsito em pacientes com SAHOS é 2 à 3 vezes superior em relação à população normal. Acidentes ocorrem com maior freqüência nestes pacientes porque eles tendem a apresentar maior tendência para "cochilos" involuntários durante o dia. Hipertensão Arterial Sistêmica: A SAHOS é um fator de risco independente para o desenvolvimento de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) ou seja, pacientes com SAHOS podem desenvolver HAS mesmo que não tenham outros fatores de risco. Arritmias cardíacas: Arritmias cardíacas que ocorrem exclusivamente durante o sono são comuns nos pacientes com SAHOS. Alterações como bradicardia sinusal, bloqueio atrioventricular, extrassístoles ventriculares isoladas e bigeminadas também foram descritas. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Acidente Vascular Cerebral (AVC): Alguns estudos apontam para risco aumentados destas doenças em portadores de SAHOS Distúrbios Cognitivos: Portadores de SAHOS podem apresentar prejuízo nas funções cognitivas como dificuldade de memória, dificuldade de concentração e déficit de Atenção. As alterações acima podem ser reversíveis ou melhorar com o tratamento da SAHOS. Diagnóstico: A importância da Polissonografia O padrão-ouro para o diagnóstico da SAHOS é o exame de polissonografia. A polissonografia vai fornecer informações fundamentais para o diagnóstico correto do problema como: Confirmar ou não a hipótese clínica de SAHOS Indicar a existência ou não de outros problemas associados (por exemplo, presença de apneia central ou outros distúrbios) Avaliar o índice de apneia e hipopnéia (quantidade de ocorrências por hora) Avaliar a dessaturação da oxi-hemoglobina (o quanto o oxigênio reduz no sangue durante as apneias) Avaliar a presença e frequência dos microdespertares (quantas vezes o paciente acorda durante a noite, muitas vezes sem perceber) Avaliar as porcentagens dos estágios do sono Avaliar o eletrocardiograma durante o sono Avaliar o ronco (frequência e intensidade) Avaliar a posição corporal onde os episódios são mais frequentes Tratamento O tratamento da SAHOS deve ser planejado de acordo com as necessidades individuais de cada paciente e de acordo com o grau de apnéia. Em geral, o tratamento da SAHOS envolve a adoção de medidas clínicas simples aliadas ao uso de dispositivos ou aparelhos que visam facilitar o fluxo do ar pela via aérea como os aparelhos intra-orais e os aparelhos de pressão positiva para via aérea superior (CPAP e BIPAP). Medidas clínicas Suspender o consumo de álcool e cigarro e o uso de drogas como benzodiazepínicos, barbitúricos e narcóticos (sempre sob orientação médica). Entre outros fatores, estas substâncias relaxam a musculatura das vias aéreas e pioram a apnéia. Evitar dormir na posição em que a apnéia aparece ou piora (geralmente a pior posição é a de decúbito dorsal ou seja, de barriga para cima) Emagrecer: Alguns estudos demonstraram que a perda de peso pode melhorar os índices de apnéia e hipopnéia. Exercícios de fonoterapia para fortalecimento da musculatura da garganta Se existirem problemas otorrinolaringológicos que possam estar colaborando com a piora da apnéia como hipertrofia das conchas nasais, desvios septais, alergias (rinites), deformidades, pólipos, tumores, hipertrofia adenoamigdaliana, deverão ser tratados. Aparelho Intraoral: Na apnéia do sono de grau leve ou no ronco, o tratamento pode ser feito com o uso de aparelhos intra-orais. Estes aparelhos são usados apenas durante o sono e são construídos de modo a posicionar a mandíbula mais para a frente, possibilitando que a passagem do ar na garganta fique desobstruída. As principais limitações para o uso do aparelho intraoral são: A - Pessoas que tem poucos dentes, usam próteses dentárias extensas e problemas periodontais severos ou que tem grande dificuldade de reter o aparelho na boca. B - Quando o paciente tem distúrbio da ATM (articulação têmporo-mandibular) grave, com dor ou estalos no local, o uso do aparelho pode levar a uma piora da disfunção. C - Pessoas muito obesas ou com apnéia grave. Nestes casos apenas o uso do aparelho intra-oral não resolve, os resultados são melhores com o uso de outro tipo de aparelho, o CPAP, do qual falaremos logo abaixo. D - Apnéia central Se houver indicação de uso de aparelho intraoral, deve ser feita uma avaliação com dentista onde são verificados as condições da arcada dentária, tipo de mordida, etc. Aparelhos de pressão positiva para via aérea superior (CPAP) Na apnéia do sono de grau moderado ou severo, o mais recomendado é o tratamento com outro tipo de aparelho, denominado de CPAP. O CPAP é um pequeno aparelho que vem conectado com um tubo flexível, que, por sua vez, conecta-se a um máscara nasal ou nasobucal que é ajustada à face por meio de tiras elásticas. Este aparelho gera um fluxo de ar contínuo, aplicando uma pressão positiva sobre os tecidos da garganta, não permitindo que eles desabem e portanto, permitindo que o ar passe livremente pela faringe. Na expiração, o gás carbônico exalado é drenado por meio de aberturas presentes na máscara. Em cada paciente é necessário determinar individualmente o nível de pressão mais adequado para resolver a apnéia do sono. Para saber o nível de pressão adequado é necessário submeter-se a uma polissonografia para titulação pressórica de CPAP. O nível pressórico do CPAP varia de 4 a 20 cm H20. Sempre consideramos o mínimo necessário para abolir roncos, apnéia, hipopnéias e dessaturações da oxi-hemoglobina, assim como os microdespertares. Existe o CPAP, denominado automático ou "inteligente" que teoricamente conseguiria regular a pressão automática e instantaneamente durante a noite. Neste aparelho existem sensores que reconhecem os fenômenos respiratórios (quando há apnéia e hipopnéia) e os corrigem. Consideramos que mesmo pacientes que adquirem este tipo mais sofisticado de CPAP deveriam se submeter pelo menos a uma titulação pressória feita no laboratório de sono, para evitar problemas de ajuste pressórico. Alguns pacientes como os portadores de doenças neuromusculares, obesidade mórbida e doenças pulmonares como DPOC podem precisar de um outro tipo de aparelho chamado BiPAP. O BIPAP fornece pressões diferenciadas, podendo a pressão inspiratória ser regulada independentemente da expiratória. Pressão inspiratória pode ser maior que a pressão expiratória, proporcionando um conforto maior para aqueles pacientes que necessitam de uma pressão mais elevada.

domingo, 15 de abril de 2018

Motivos do ronco

Distúrbio piora com o avanço da idade, aumento de peso e é mais comum em homens. O ronco é algo que incomoda muito. Não apenas a pessoa que ronca, mas também, e principalmente, quem está ao lado e não consegue dormir por causa do ruído. O médico neurologista Bráulio Brayner, especialista em distúrbios do sono da Clínica Polisono, explica que o ronco não deve ser negligenciado. Ao contrário, a pessoa que tem o problema deve procurar um especialista para diagnosticar as causas e fazer o tratamento adequado, que pode ser medidas preventivas, uso de aparelhos ou, em determinados casos, tratamento cirúrgico. Já se sabe, segundo ele, que o ronco piora com o avanço da idade, com o aumento de peso e é mais comum no sexo masculino. "As pessoas que roncam tem mais chances de sofrer de hipertensão arterial, independentemente de outros fatores de risco, como idade e obesidade. Além disso, o ronco está muito ligado à apnéia do sono. Por este motivo essas pessoas sempre têm que ser investigadas quanto à presença ou não de apnéia do sono", explica. De acordo com o médico, o ronco é provocado pela passagem do ar em uma via aérea estreitada. Nas pessoas que roncam, há um estreitamento das vias respiratórias por diversos motivos durante o sono. Assim, quando o ar passa durante a respiração, ocorre uma vibração das estruturas presentes e esta vibração provoca o ruído que se chama popularmente de ronco. Além da obstrução parcial das vias aéreas, o ronco pode ser causado também por fatores hormonais e anatômicos, como o prolongamento do palato e as amígdalas aumentadas, além de obesidade e acúmulo de gordura na região cervical. Os estudos mostram que a prevalência do ronco aumenta com o decorrer da idade. Acha-se que contribui para isto a maior flacidez muscular, que ocorre naturalmente com o avançar da idade, a influência de hormônios e o aumento de peso que tende a ocorrer também com o passar dos anos. Dr. Braulio explica que quando o indivíduo dorme, ocorre um maior relaxamento muscular, principalmente em algumas fases do sono, e este relaxamento da musculatura presente nas vias respiratórias, na faringe, faz com que haja menos espaço para a passagem do ar. Durante o sono ocorre também uma queda da língua que pode vir a estreitar mais ainda este espaço. Em indivíduos obesos o acúmulo de gordura na região cervical pode piorar ainda mais a diminuição do espaço por onde o ar circula. "Se temos todos estes fatores dificultando a livre circulação do ar, teremos também uma maior vibração dos tecidos presentes nas vias aéreas e esta vibração vai gerar o ronco. Se a obstrução da via aérea for total o ar deixa de circular e a pessoa para momentaneamente de respirar, ocasionando a apnéia", acrescenta. Para as pessoas que já roncam é essencial que elas percebam que o ronco não é um fenômeno "normal" e sim um distúrbio que precisa ser tratado, não só pela questão da convivência com outras pessoas que podem vir a se sentir incomodadas com o barulho, mas também para diminuir a chance de vir a ser hipertensa, sofrer um infarto ou um AVC. Para os que não roncam uma das medidas de mais sucesso é o controle do peso. Se o peso se mantiver estável a chance de futuramente ser um "roncador" é menor. "Para quem ronca a melhor posição para dormir é de lado, pois quando dormimos de barriga para cima há uma piora do ronco e maior chance de ter apnéias", afirma o médico. Ele acrescenta que o ronco tende a piorar no horário da madrugada, pois ocorre um aprofundamento do sono e em determinados estágios profundos do sono há um maior relaxamento muscular e consequentemente mais risco de estreitamento das vias aéreas. O tratamento, segundo ele, é controlar o peso, dormir em posição lateral, evitar uso de determinados tipos de medicações que podem induzir a um aumento do relaxamento muscular e evitar uso de bebida alcoólica pelo mesmo motivo. Quando há diagnóstico de ronco ou apnéia leve o tratamento pode ser feito com aparelhos intra-orais. Para os casos de apnéia moderada e grave o tratamento é feito com outro tipo de aparelho, denominado CPAP, que possui uma máscara nasal. Existe também a possibilidade de tratamento cirúrgico para ambos os casos.

Como evitar o ronco

Se você ronca, certamente não foi o primeiro a saber. Mas, ao contrário do que se imagina, o som decorrente da vibração dos tecidos da região da faringe não torna vítimas apenas aqueles obrigados a acostumar com o barulho. "O problema pode ser sintoma de diversos problemas de saúde e ainda causa constrangimento, principalmente, quando se dorme fora de casa", aponta o otorrinolaringologista Fábio Lorenzetti, diretor da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORLCCF).

Perca peso

Embora a parte do corpo que mais evidencie o excesso de peso seja o abdômen, a deposição de gordura também ocorre na região do pescoço. "Isso prejudica a passagem de ar, devido ao estreitamento da faringe", afirma a otorrinolaringologista Fernanda Martinho, da Unifesp e da diretoria da Associação Brasileira do Sono. Por isso, qualquer tratamento do ronco é mais eficiente se for acompanhado de perda de peso. Isso não quer dizer, é claro, que pessoas no peso ideal não ronquem, mas a probabilidade é bem menor.
Descubra se tem apneia do sono

O ronco é o principal sintoma da apneia do sono. "Essa doença se caracteriza pela redução da oxigenação do sangue, isso acontece devido a interrupções da respiração causadas pelo estreitamento das vias aéreas", afirma o otorrinolaringologista Fábio. Neste caso, o ronco precisa de tratamento, uma vez que essas oscilações de oxigênio aumentam o risco de complicações cardiovasculares e podem levar a um infarto. Para identificar se você sofre do problema, recomenda-se fazer um exame de polissonografia em que o sono é monitorado e as atividades fisiológicas avaliadas por um especialista.
Modere no consumo de álcool

"O álcool, assim como alguns tranquilizantes e medicamentos para dormir, relaxa a musculatura do corpo", afirma a especialista Fernanda. De dia, isso não costuma ser problema. De noite, entretanto, o resultado é um afrouxamento exagerado dos músculos, uma vez que eles já ficam naturalmente mais relaxados quando dormimos. Por isso, mesmo quem não ronca habitualmente, pode ter o problema nos dias em que consome bebidas alcoólicas.
Trate as alergias respiratórias

Pessoas que sofrem de alergias respiratórias, como a rinite alérgica, estão frequentemente com o nariz entupido, o que pode contribuir com o ronco. "O barulho pode ser decorrente do esforço feito para respirar ou da alternativa encontrada para a congestão nasal: respirar pela boca", diz o especialista Fábio. Neste caso, a solução é tratar a alergia.
Evite dormir de barriga para cima

"A pior posição para quem ronca é dormir de barriga para cima", afirma a otorrinolaringologista Fernanda. Segundo ela, pela ação da gravidade e pela retração da língua para trás, há um estreitamento da passagem de ar, o que aumenta a vibração dos tecidos da faringe. Ela recomenda dormir de lado ou de bruços para evitar a obstrução.
Alinhe os dentes

"Problemas na arcada dentária ou no alinhamento dos dentes podem favorecer o ronco", afirma o cirurgião-dentista Rodrigo Guerreiro Bueno de Moraes, consultor científico da Associação Brasileira de Odontologia (ABO). Segundo ele, os dentes em posição incorreta também podem ser decorrentes da própria respiração bucal. A solução, neste caso depende não só do dentista, mas também do otorrinolaringologista, que irá tratar a raiz do problema.
Identifique problemas anatômicos

A obstrução da respiração pode ser decorrente de um problema anatômico, como o desvio de septo nasal. "Neste caso, apenas a intervenção cirúrgica é capaz de acabar com o ronco", afirma o otorrinolaringologista Fábio. Outros problemas estruturais comuns que causam o ronco são amígdalas e adenoide aumentadas.

Use dilatador nasal

Os especialistas não recomendam o uso do dilatador nasal para evitar o ronco. Segundo eles, o método funciona para um público muito restrito e apenas como paliativo, e não tratamento. "Pessoas com a válvula nasal flácida, por exemplo, podem obter algum benefício, mas a maior parte dos casos de ronco não são decorrentes desse problema", afirma o otorrinolaringologista Fábio.