sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ronco é o maior responsável por apnéia do sono

O ronco, que muitas vezes não é muito levado a sério, pode sinalizar problemas respiratórios e distúrbios do sono, como a apneia, transtorno que prejudica a entrada do ar via nasal e oral. Segundo Ricardo Barbosa, mestre e doutor em distúrbio do sono pela Faculdade de Odontologia e Medicina da USP, 90% das pessoas que roncam têm apneia obstrutiva do sono, que em casos extremos pode levar a complicações cardiológicas e hipertensão.
 Ricardo Barbosa afirma que em casos extremos a apneia pode causar complicações cardiológicas
Segundo o grande especialista, também diretor-clínico do Laboratório Pró-Sono de São Paulo, o distúrbio está estreitamente ligado ao ronco, que nada mais é do que a vibração das estruturas atrás da língua e da úvula, conhecida como campainha. Para Barbosa, o principal problema ocorre quando o paciente encosta a língua na parte de trás da garganta. “Quando o indivíduo obstrui com a língua a passagem do ar, consequentemente o índice de oxigenação cai, o coração dispara e o organismo tem de fazer com que a pessoa desperte”, explica.
Em níveis bem mais avançados, o paciente repete várias vezes essa ação no decorrer da noite sem perceber, pois a parada dura poucos segundos. “O sono tem várias fases para o restabelecimento de energia e da memória. Os pacientes que sofrem de apneia não descansam o suficiente durante a noite e apresentam sonolência durante o dia”, relata Pedro Genta, presidente da sub-comissão de Distúrbios Respiratórios do Sono da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia.
Dor de cabeça
Além de apresentar aspecto de cansaço ao longo do dia, o paciente tem dificuldade de concentração e altos níveis de irritabilidade. Mas o cansaço não é o único sintoma, segundo Rosa Hasan, neurologista e coordenadora do Laboratório do Sono da Faculdade de Medicina do ABC “A parcela da população que sofre com apneia também apresenta dor de cabeça pela manhã, sonolência ao longo do dia e alteração de humor”, explica.
Os indivíduos que sofrem com apneia geralmente apresentam sobrepeso e os homens são os principais afetados. Segundo pesquisa realizada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), pelo menos 25% dos homens com idade entre 25 e 30 anos sofrem com distúrbios do sono, contra 14% das mulheres.
O tratamento abrange desde soluções simples, como perda de peso e dormir de lado, até a utilização de máscara com compressor que aumenta a pressão na garganta e dilata a faringe, chamada cpap (continuous positive airway pressure). O método cirúrgico requer seleção maior dos pacientes, pois depende da anatomia de cada um. (Colaborou Larissa Marçal) 
Insônia atinge 25% da população
Outro distúrbio do sono conhecido pela população é a insônia, que segundo Rubens Reimão, líder do grupo de pesquisa avançada do sono do Hospital das Clínicas da USP, atinge pelo menos 25% da população brasileira. O problema, que consiste na dificuldade para começar ou manter o sono, afeta principalmente mulheres na meia idade.
Ainda segundo Rubens, a insônia é motivada por fatores externos, como condições do quarto e a luminosidade do ambiente, ou fatores psicológicos, como ansiedade e depressão. “Se a causa for ansiedade ou depressão, o paciente deve tomar medicamentos que trate especificamente esses problemas”, relata o neurologista.
Outra maneira de manter as horas de sono adequadas é realizar espécie de higiene ou ritual antes de dormir. Comidas e bebidas estimulantes, como chocolate, chá preto e chá mate devem ser evitados. Manter horários regulares para dormir também é essencial, já que melhora o funcionamento do relógio biológico. (LM)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dormir de lado diminui o ronco?

O terrível ronco crônico pode ser mais do que simplesmente uma chateação barulhenta. Até três quartos dos roncadores também sofrem de apneia do sono, que causa temidas interrupções na respiração ao longo da noite. A apneia eleva o risco de doenças cardíacas, derrames e hipertensão, problema que já afeta metade da população brasileira com mais de 55 anos.


Os que buscam por uma cura são frequentemente aconselhados a dormir de lado, e não de barriga para cima, de forma que a base da língua não se desloque para o fundo da garganta, estreitando as vias aéreas e obstruindo a respiração. Para alguns, porém, alterar a posição de dormir pode não fazer tanta diferença.

Cientistas afirmam haver dois tipos de roncadores: os que roncam apenas quando dormem de barriga para cima e os que roncam em qualquer posição. Um estudo que examinou mais de 2 mil pacientes de apneia do sono, conduzido por pesquisadores de Israel, descobriu que 54% eram “posicionais” – ou seja, roncavam apenas quando dormiam de costas. O restante era “não-posicional”.
Outros estudos mostraram que o peso tem um papel importante. Num amplo estudo publicado em 1997, os pacientes que roncavam ou sofriam de anormalidades de respiração apenas quando dormiam de costas eram geralmente mais magros, enquanto seus equivalentes não-posicionais costumavam ser mais pesados. O grupo com sobrepeso, segundo os autores, demonstrava um sono pior e mais fadiga durante o dia.


Contudo, o estudo também descobriu que estes pacientes viram sua apneia melhorar quando perderam peso. Segundo a Fundação Nacional do Sono nos EUA, para aqueles com sobrepeso, emagrecer geralmente é a melhor forma de curar a apneia do sono e acabar com os roncos de vez.

Concluindo: dormir de lado pode ajudar a diminuir os roncos, mas pessoas com sobrepeso não verão grande diferença se não emagrecerem.